quarta-feira, 12 de março de 2014

A Era do Ruído



Eu sei o que não quero
Não sei onde desencontrar
Eu sei o que não encontro
Não sei o que quero

Não quero sua informação
Feita sob medida para ser demais
Sem nenhum valor agregado
Todos querem se informar
Até não saberem nada

Não quero seu conhecimento
Um sistema que se autoajuda
Soluções fáceis jogadas no irreal
Todos são gurus infames
De sua própria realidade

Não quero a felicidade
Aquela industrializada, enlatada
Com corante artificial
Todos acham que querem
Até provarem do veneno

Eu quero o meu foco
Não quero a sua agenda
Eu quero me organizar
Não sigo seu calendário

Não quero que me entenda
Que possa me definir e me embalar
Separar e classificar
Todos querem fazer parte de algo
Até não saberem o que são

Não quero seu pacote de valores
Na minha prateleira eu faço a seleção
Partido e religião
Todos abraçam o que não sabem
E aceitam o que nunca quiseram

Não quero seguir a unanimidade
A voz de Deus é burra e feroz
Jesus personalizável (vem em três cores diferentes)
Todos se sentem fazendo parte de algo
Por não saberem ser indivíduos

Eu não quero seguir o fácil
Não quero falta de sentido
Eu quero formar o meu próprio
Não sei o que eu quero

Mas eu descubro