domingo, 22 de maio de 2011

Borboleta da dor, a senhora do medo



As vezes, simplesmente me encontro inerte. Sem pensar.
Tentando retirar os espinhos do meu coração.
E o máximo que consigo são espinhas estouradas.
Sentado no beiral da janela me vejo flutuando.
Sonhando acordado com o pesadelo do mundo real.
Pensando em como de vez em quando me sinto tão livre de tudo que pareço estar em queda livre.
Mas percebo o quão acorrentado que estou.
Ao medo da dor.
A mais forte de todas correntes.
Afinal sem a dor, o que mais há para se temer?
E ela nos prende. Nos impede. Acha, que  nos protege.
Estou preso.
Só me sobra jogar os dados e tentar tirar números iguais.
Mas parece que esse par nunca se forma.
"Cuide do seu jardim e as borboletas virão".
De que vale uma borboleta que pousa em suas pétalas e que um dia vai embora?
Prefiro uma bela flor plantada em minha terra.
Um grito de paz em meio a minha guerra.

Estou apenas flutuando, admirando o céu, sentado no beiral da janela.
Bom, deixe-me dormir, pois não quero ter que acordar.
     

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