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Disinganno - Franschesko Kvirolo |
O que tu fazes reverbera
O que dizes repercuti
Queria eu não ver
Ou melhor, não querer
Mas sinto, e percebo
O que fizestes com o que sobrou de mim
Sujando e queimando os fragmentos restantes
Espalhando ao vento como se nada fosse
Páginas manchadas de desvalores vãos
Se confirmara meu maior temor
Provoquei, vi e vivi; não venci
O amor não venceu, mas sua validade
(só não pra mim)
Gostaria de apontar as inconsistências
Como se surtisse algum mero efeito
Nada de errado aconteceu afinal
Uma vez mais, um desengano, nada fatal
Me julgue fraco como quiser
Só não vejo em ti a mesma força
De encarar os fatos de forma crua
Ver que nunca fui culpado por ilusão tua
E das minhas me culpo, num ciclo infinto
Gradativamente eu tento, e aprendo
As vezes creio que já nem sinto
Por pouco tempo, um segundo pacífico
(quem dera)
Antes pensasses como algo vão e tolo
Com leveza os problema tão mínimos
Antes visses como algo grandioso
Relevando o que não vale a pena ser sentido
Tudo sempre fora assim, mal encaixado
O avesso no verso e o vice no mandato
A cada passo distante, um descompasso
Uma total distorção do leproso passado
Quem dera eu, não te afetasses nem mais um pouco
Assim não me afetarias com tuas reações desmedidas
Dispersemos, aprendo a relevar, continuando a velha luta
Em algum momento vou ter de me superar
(...assim espero)
Gostaria que tiveste capacidade como a minha
Não te julgo, nunca foi contra a sua palavra
Esse sempre foi o problema, elas sempre valerão mais
Nada jamais sobrepujará teu orgulho
Mas o ego é uma coisa solitária
Que assim seja, e assim será
Continuo desatando nós, nós por nós
Incrível quantas voltas dei em tão pouco tempo
A rede não me segura mais, estou livre
Como sempre estive, os grilhões desfaço
Condenado a responsabilidade de tal arbítrio
Do começo ao fim, no total desenlaço
(desExistência rExistência)
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