sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Vicarius



Toda pessoa que sofre,
é um mártir do nosso prazer
Não finjamos que não,
tendo consciência do que é ser

O sangue do inferno
adoça os frutos do céu
Do crime da existência
somos todos um só réu

Cada sopro de vida
é a morte do verbo proferido
Um corte no tempo
e no espaço do corpo sentido

Cada instante é provar
do sexo da entropia
Beijo vampírico da morte
no sangue vicia

Das grandes narrativas
se tiram nada mais
do que períodos
de um prolongado
fim

Num recorte de tempo
Enquadrado momento
de como se dá
essa troca
enfim

Ato de sobreviver
apenas ossos do ofício

Esse tão belo,
vívido e pleno

sacrifício

.

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