terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sardas


Algo se perdeu no cheiro daquele abraço
Nos deixando sem graça naquele embaraço
Um pedaço da realidade, feito de imaginação
Uma porção de sonho vazando do coração

Falar pode criar cenas verdadeiras das mais belas
Algo em tua profunda iris me liberta de minhas celas
Mas creio que o segredo do amor está no tocar
Teu corpo em contato com o meu nos faz harmonizar

Vejo uma miríade de cores invisíveis em tuas pupilas
Então por um breve instante meus temores aniquilas
E cá estamos no silêncio infinito de um breve olhar
Para ao fim do contato minha nobre ilusão desfolhar

Irradia teu sorriso meigo, tão neutro que se faz malévolo
Somos tão insignificantemente diferentes no frívolo
E tão significantemente semelhantes no importante
Ainda assim o que nos aproxima te torna mais distante

Desperto lentamente de mais uma hipnose onírica
Voltando a realidade que nunca fora minimamente lírica
Sonhada por um coração quase sempre confuso
Me faço consciente novamente de meu ser obtuso

Quem sabe um dia não me procure
Então de antigas feridas eu me cure
Enquanto procuro avidamente me encontrar
Me perdendo nos teus mistérios a desvendar
   

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